Cheios de bondade
Lição N° 7
17 janeiro 2021
Escritura relacionada: Lucas cap. 11
Texto bíblico: Lucas 11:14-26
Introdução
Deus quer que seus filhos estejam cheios da sua bondade. Comparando isso a água viva que transborda, Jesus disse: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Deveras, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna” (João 4:14). Jeremias ensinou que nossos próprios esforços de preenchimento só resultam num vazio. “O meu povo fez duas maldades: A mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2:13). Deixemos nossas cisternas e busquemos a fonte de água viva.
Versículo chave
Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa crença, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo (Romanos 15:13).
Texto bíblico
Lucas 11:14 Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Saindo o demônio, o mudo falou, e maravilhou-se a multidão.
15 Mas alguns dentre eles diziam: Ele expulsa os demônios pelo poder de Belzebu, o príncipe dos demônios.
16 Outros, tentando-o, pediam-lhe um sinal do céu.
17 Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e a casa dividida contra si mesma cairá.
18 Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Isto porque dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu.
19 Se eu expulso os demônios pelo poder de Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Eles, pois, serão os vossos juízes.
20 Mas se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus.
21 Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo o que tem.
22 Mas sobrevindo outro mais valente do que ele, vence-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.
23 Quem não é por mim, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha.
24 Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares secos, buscando repouso, e não o acha. Então diz: Tornarei para minha casa donde saí.
25 Chegando, acha-a varrida e adornada.
26 Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali. E o último estado desse homem é pior do que o primeiro.
Estudando a lição
Devido ao orgulho e auto justificação, os escribas e fariseus não criam em Jesus. Por causa da incredulidade deles condenaram-no e criticavam sua obra. Quando Jesus libertava alguém do poder do diabo, eles reagiam de acordo com sua incredulidade. Chegaram a dizer: “Ele expulsa os demônios pelo poder de Belzebu, o príncipe dos demônios.” Era evidente que estavam entrincheirados em sua própria opinião. Rejeitavam as evidentes obras de Deus, ainda pedindo um sinal. Aparentemente, queriam sujeitar Deus à sua própria prova.
Foi para o benefício dos ouvintes sedentos que Jesus respondeu às acusações deles. Primeiro indicou o óbvio ao explicar que se isso fosse o caso Satanás estaria atrapalhando seu próprio reino ao lançar fora seus próprios espíritos. Além disso lhes mostrou a parcialidade dos seus próprios corações. Por desprezarem a Jesus, desprezavam também suas boas obras. Se os próprios filhos deles tivessem feito milagres, sem dúvida teriam esbanjado elogios.
Então Jesus fez uma analogia poderosa de Satanás sendo um homem forte que procura defender seu palácio e bens. Sob o domínio absoluto de Satanás, muitos pecadores vivem relativamente tranquilos e imperturbados em sua perdição. Mas quando alguém se volta para Jesus, esta “paz” é atrapalhada. O coração fica profundamente incomodado pela culpa. Jesus tem poder para entrar, derrubar Satanás e espalhar seus frutos nocivos. Quando Jesus é recebido no coração, a derrota de Satanás é completa. As desculpas e auto defesa acabaram, e a paz de Deus reina no coração.
Jesus explicou para o povo o que acontece depois que ele expulsa Satanás de um coração. Se a pessoa liberta não continuar obedecendo ao seu novo Senhor e procurar encher o coração da sua bondade, seu coração continuará vazio. Enquanto o Espírito Santo procura desenvolver um relacionamento com o fiel, relembrando-o a ler a Palavra e orar, cada dia apresenta escolhas que tem que ser feitas. Se a pessoa negligenciar continuamente a Deus, Jesus acaba se retirando. Ele não fica vigiando um coração vazio. Enquanto isso, o diabo vagueia irresolutamente, procurando um lugar para ficar. Em toda sua andança, ele continua voltando para verificar sua habitação antiga. Se ele encontrar um coração que não é habitado e vigiado por Jesus, ele entra de novo e se torna mais entrincheirado do que antes. “O último estado desse homem é pior do que o primeiro.”
Verdades práticas para hoje
Nossos corações são como solo fértil num canteiro de horta esperando ser semeado com plantas boas. O nosso canteiro é possuído por alguém — o Rei que o criou, ou o impostor que reina este mundo. Se Satanás for o forte que reina nosso coração, ele procura nos preencher com tudo que nossa carne deseja. Se quisermos religião, ele tem muitas opções a oferecer. Se procurarmos justiça, ele oferece auto justificação. Por liberdade, oferece independência voluntariosa. Seus substitutos são inúmeros. Mas Satanás é amaldiçoado por Deus e incapaz de oferecer qualquer coisa capaz de produzir fruto bom. Sob seu controle nossos canteiros ficam tomados de ervas daninhas, mesmo se nos esforçamos para mantê-los limpos. “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20).
Nesta condição, mesmo quando nossa alma almeja por Deus, nosso coração endurecido não consegue absorver nem apreciar a bondade de Deus. Se nosso pecado nos é apontado, tentamos nos justificar ou jogamos a culpa no diabo. Ignoramos “as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, ignorando que a bondade de Deus… leva ao arrependimento” (Romanos 2:4).
A graça universal de Deus é sua misericórdia e favor não merecido que deu à humanidade. Até o ponto que alguém segue as leis de Deus, ele experimenta suas bênçãos. Esta é a graça comum de Deus. “Quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei” (Romanos 2:14). Somos gratos que por causa desta graça há muitas pessoas carinhosas neste mundo. No entanto, nem por isso diríamos que os corações destas pessoas estejam “cheios de bondade,” mas apenas que estejam seguindo alguns princípios bíblicos. Apenas no novo nascimento é que Deus entra para habitar no coração.
Quando Deus vem mansamente mostrar à pessoa sua depravação absoluta, a pessoa enfrenta uma escolha. Sendo confrontado pelo Espírito Santo, encontra-se numa batalha. Clama por ajuda do fundo do coração. Quando se arrepende e abre a porta do coração, Jesus entra e expulsa Satanás. A fortaleza do forte desmoronou. Esta é a graça de Deus para a salvação.
Agora que o amaldiçoado foi despejado, Deus preenche a pessoa com um coração transformado com boas coisas à medida que se devota ao seu novo Mestre. “Em lugar do espinheiro crescerá o cipreste, e em lugar da sarça crescerá a murta” (Isaías 55:13). A fé em Deus nos habilita a receber a alimentação por meio do Espírito, a Palavra e a igreja. Em obediência colocamos este alimento em ação. “E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que lhe é agradável” (1 João 3:22).
Sob as provisões de Deus, a igreja nutre os que tem um coração transformado. As necessidades espirituais e emocionais dos filhos de Deus são satisfeitos dentro do corpo de Cristo. Paulo expressou este suprimento maravilhoso em sua carta aos efésios. Ele diz que Deus “sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés [de Jesus], e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, Que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche tudo em todos” (Efésios 1:22-23). A bondade realizadora de Cristo se manifesta na operação da igreja. Vivendo entusiasticamente por Jesus de coração dentro da igreja é uma vida cheia — uma vida realizada para todo fiel, não apenas uns poucos escolhidos. Deus prometeu preencher todos, ninguém é excluído, enchendo o coração a ponto de transbordar. Satanás não encontra espaço para entrar num coração cheio.
Após ser liberto do pecado, pode ser que comecemos a permitir que nossos desejos carnais desloquem nossa liberdade espiritual. Ou talvez começamos a confiar em nossa própria compreensão e assim começamos a descontar ou negligenciar a direção que recebemos do Espírito Santo. Diminui o nosso desejo pelo alimento divino, e nos tornamos seletivos naquilo que aceitamos da sua mão. Deus é paciente, mas se continuarmos ignorando seus pedidos, o Bom Mestre irá se retirar. Enquanto podemos até manter uma aparência “varrido e adornado,” um coração vazio está aberto a ser re-apropriado pelo diabo. Vamos prestar atenção e aceitar aquilo que Deus nos dá e seguir em obediência à sua direção. Nossa segurança eterna depende de estarmos cheios da bondade de Deus.
Perguntas
- Estamos aceitando em humildade tudo que vem de Deus, independente de como chega a nós?
- O que acontece quando buscamos bênçãos espirituais sem reconhecer o que Deus já nos deu?
- Se tivermos entusiasmo na leitura da Bíblia e ir à igreja, temos garantias de ter o coração cheio de coisas boas?